Mãezinha

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tarde no sítio

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Homenagem a Hilda

eternamente comigo. by: neta Jú

Vó que saudades que tenho de você! das noites em que eu era beeeem pequenininha e ia dormir na sua casa, colocava bob no seu cabelo, agente assistia a novela das 8:00, você fazia bolo e a noite, eu tinha medo do escuro e você ficava deitada do meu lado segurando minha mão até eu dormir. Sinto muuuita saudade dos almoços de domingo macarronada,frango, salada e refri >.< style=""> apenas 11 anos com você, você me ensinou a rezar, me apoiava em tudo, me mimava sempre, me dava mais amor do que eu merecia. Como me esquecer do ultimo dia que você passou comigo? Que você sentou do meu lado para ver fotos e quando viu uma minha disse: ‘’essa menina, é tão linda! Fica linda nas fotos até de olhos fechados! A amo tanto!’’ me arrependo tanto vó, de não ter te dado um abraço quando você foi para o hospital, de não ter demonstrado sempre o quanto eu te amo incondicionalmete, o quanto você é extremamente importante para mim. Agradeço a Deus por ter me dado 3 dias tão próxima a você, meus três últimos dias com você, que agente entrou na piscina do prédio, se divertiu, brincou, gargalhou... e do natal maravilhoso que tivemos juntas. Aaah vó, me desculpe por não ter me despedido da senhora quando você foi para o hospital! Me desculpe vózinha! Você não sabe como eu me arrependo disso! Eu imaginava que fosse só um mal estar, que nós estaríamos juntas novamente em Jundiaí, que estriamos rindo de novo na nossa casa! Quando eu ia imaginar que seriam os últimos dias em que estaríamos juntas... eu sempre imaginei que você ia continuar comigo igual a bisa Elidia, que ia ficar comigo até os seus 90 aninhos... mas Deus te levou mais cedo. Sempre que imaginava o dia que você partiria, sentia uma dor tão grande... e sempre explussava imediatamente esse pensamento, agora tudo se tornou realidade, a dor se triplicou, as saudades são infinitas, e eu me sinto um lixo de não ter mais coragem de ir ao cemitério no seu túmulo, eu simplismente não consigo te imaginar ali. Minha segunda mãe, minha guerreira, minha amada vózinha, me perdoe por algo que fiz que a magoou, me desculpe por não ser uma neta perfeita que você merecia, me desculpe por ser tão egoísta a ponto de não acreditar que você se foi e que eu nunca mais te verei. Me desculpe. Eu te amo incondicionalmente. Para sempre, para sempre. De sua neta Júlinha.

A aceitação

Nos dias seguintes, começamos a vivenciar o luto. Precisávamos agora, assimilar o fato e continuar a viver, a preocupação maior era com meu pai, afinal foram 50 anos de vida em comum. Se para nós estava sendo difícil, imagina para ele, que de repente se sentira "amputado". Sei que a palavra é forte, mas foi assim que ele mesmo definiu como se sentia. O amor entre os dois era invejável, uma referência para muitas pessoas amigas e para os familiares.
A missa de sétimo dia se aproximava e eu queria encontrar uma mensagem de otimismo, algo que realmente expressasse o que ela nos diria. Encontrei a mensagem "A morte não é nada" de Santo Agostinho e mandamos fazer um cartão com a foto em que ela aparecia mais feliz. Segue a mensagem:

"A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi."

A vida é tão fugaz

Resolvi criar esse blog para homenagear minha falecida mãe e para compartilhar essa experiência de perda e aprendizado com pessoas que também estejam passando por isso ou já passaram.
Foi no carnaval de 2010, estávamos no Guarujá, meu irmão que mora nos EUA havia chegado para passar suas férias conosco, minha mãe estava tão ansiosa em rever o filho, tão feliz...A família quase toda reunida, enfim, era um momento de plena harmonia entre nós. Eu já havia percebido que ela andava um pouco frágil, justo ela que sempre fora energia pura, mas pensava "deve ser o calor".
No dia 15/02 sua pressão subiu e a levamos ao hospital, onde ela passou a noite em observação. No dia seguinte foi transferida para Jundiaí, conversei com a médica da UTI móvel, que me tranquilizou dizendo que minha mãe estava estável e que seria monitorada até chegar em Jundiaí. Subimos a serra tranquilos, conversando e comentando que a mamãe havia nos dado um susto e que assim que tivesse alta eu a levaria para minha casa, onde iria mimá-la um pouco. Lêdo engano.
Quando estávamos próximos ao hospital, fui tomada por um pressentimento, uma dor aguda no peito, sei lá uma sensação desagradável. Roguei a Deus que não a levasse. pedi a intercessão de Nossa Senhora, que também é mãe. Cheguei no hospital, entrei correndo, até me esqueci que meu pai vinha atrás de mim, e recebi a triste notícia, meus tios que já estavam lá me disseram que ela havia sofrido uma parada cardíaca ainda na ambulância, a médica havia feito todos os procedimentos possíveis, mas...
Meu chão desabou, como podia ser possível? Entrei em desespero, senti que aquela dor no coração estava agora insuportável, achei que estava tendo o pior pesadelo de minha vida. Como eu poderia continuar vivendo sem minha mãe? Ela era meu porto seguro, meu norte, minha referência, meu TUDO.
Desde então, tenho tentado entender e aceitar a fugacidade da vida. Estamos aqui de passagem e por isso devemos viver pelnamente cada momento que Deus nos proporciona da melhor forma possível, o amanhã talvez não mais exista. Tenho me fortalecido a cada dia, e tentando ser uma pessoa melhor, assim como ela foi, para que um dia possamos nos reencontrar.