Mãezinha

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tarde no sítio

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A aceitação

Nos dias seguintes, começamos a vivenciar o luto. Precisávamos agora, assimilar o fato e continuar a viver, a preocupação maior era com meu pai, afinal foram 50 anos de vida em comum. Se para nós estava sendo difícil, imagina para ele, que de repente se sentira "amputado". Sei que a palavra é forte, mas foi assim que ele mesmo definiu como se sentia. O amor entre os dois era invejável, uma referência para muitas pessoas amigas e para os familiares.
A missa de sétimo dia se aproximava e eu queria encontrar uma mensagem de otimismo, algo que realmente expressasse o que ela nos diria. Encontrei a mensagem "A morte não é nada" de Santo Agostinho e mandamos fazer um cartão com a foto em que ela aparecia mais feliz. Segue a mensagem:

"A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi."

Um comentário:

  1. Querida Valéria.
    Linda mensagem. Linda e verdadeira.
    Siga em frente. Por mais difícil que seja, temos que seguir.
    Eu sou solteira e estou cuidando do meu pai.
    Tenho um filho (o amor de minha mãe) que hoje já é um moço. Por isso que te digo...nada nessa vida é por acaso.
    Nosso Criador faz as coisas certas.
    Sei que parece fácil me expressar, mas após 8 meses longe de minha mãe, INFELIZMENTE, tive que aprender a dar orgulho à ela, e é isso que venho fazendo dia a dia.
    Ela vive, apenas não podemos vê-la.
    Fique com Deus.

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